quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Relato Palestra Musical por Osmar Olinquevicz




Tivemos o prazer e a oportunidade de prestigiar os componentes do grupo Primeiro Ato e o Projeto Artetude, que foi realizado na UNC no dia 27/01 (sexta-feira), mostrando a nós presentes no evento, sua arte através do hip-hop. O hip-hop deu início na Jamaica estendendo-se aos Estados Unidos, em seqüência a outros países, incluindo o Brasil. O palestrante acadêmico de Artes Visuais Thiago Moreira ex usuário de droga, e os integrantes do Primeiro Ato, através da música transmitiram suas habilidades e o dom de fazer música passando a arte e a cultura, expressando seus sentimentos e a revolta pela má informação e impressão á respeito deles. Pois se vestem como gostam, calças folgadas, bonés grandes e conversam em gírias o que provoca na sociedade um certo tipo de preconceito. Mal sabe a sociedade que eles são ótimas pessoas, inteligentes, educados e por vez em si revoltados com a descriminalização que acontece freqüentemente. Nós do CAPS também recebemos descriminalização constantemente, somos taxados de loucos, drogados e alcoolátras. Porém quem procura ajuda do CAPS, torna-se um integrante usufruindo do tratamento adequado, com palestras, grupos terapêuticos entre outras atividades. Por isso o pré-julgamento afeta emocionalmente e psicologicamente, então o CAPS de Porto União, integrantes e profissionais convidam aqueles que tem a curiosidade de fazer uma visita ao nosso lar. Pois sim, aqui dentro somos família, unidos, dispostos e abertos a atitudes sinceras. 


Integrante: Osmar Olinquevicz



Centro de Atenção Psicossocial 1 (CAPS I) 
Porto União, 3523-9404

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Obsessõezinhas








Aviso logo a todos que não me venham com aquele papo de "sai desse corpo que ele não te pertence". Obsessões são boas, e eu gosto. Que seria da vida sem uma obsessãozinha? Uma monotonia sem sentido.

Pense na obsessão como um certo tempero feito das seguintes especiarias: julgamento equivocado, loucura, obstinação e excitação. Sim, você está certo se a palavra paixão lhe veio à mente: a paixão é a forma mais disseminada e aceita de obsessão que há em nossa cultura. A criatura fica louca de amor por outra, julga-a erroneamente sem defeitos, fica no maior frisson e não consegue pensar em outra coisa que não seja naquilo. A paixão é perigosa — como são as demais obsessões — mas me diga, caro leitor, como chegar até o amor sem passar pela paixão. É missão impossível pra Tom Cruise nenhum botar defeito.

Claro que, se a criatura quiser parar ali na obsessão e não for mais para lugar nenhum, a coisa complica. Vai parar no presídio, no hospício, no hospital ou para igreja desobsessora. Paixão é que nem pimenta: se apreciar com moderação, não tem graça; mas se não moderar na apreciação, aí vai queimar na hora de sair.

Por isso que já tem médico — de corpo e de alma — prescrevendo dietas em que a paixão é tabu: "Não pode, não pode e não pode. Nem umazinha de vez em quando!". Pois não existe até um grupo das Mulheres que Amam Demais Anônimas. Só não entendo por que essa história de serem anônimas. Até onde sei, toda mulher ama demais, basta que lhe surja uma pequena oportunidade: um Don Juanzinho qualquer que seja.

Já para outros casos, o médico receita o inverso: paixão avassaladora na veia. E não precisa ser por homem ou mulher. Vale qualquer coisa. O que importa não é a paixão pela alma gêmea, mas a obsessão ampla, geral e irrestrita: bichos em geral, jogos, esportes, trabalhos manuais, novelas, facebooks, revistas de passatempo... qualquer hobbyzinho que lhe roube o pensamento, que tome sua mente como refém, está valendo. No fundo, se trata disso: ocupar a cabeça, agitar os neurônios, trocar a depressão pessimista pela insônia superexcitada. Manda ver! Não estuda muito o assunto, não. Entra com tudo!

Agora... Tem um detalhe. Unzinho apenas. Liga o despertador. Programa o alarme para daqui a alguns dias — alguns meses que sejam —, mas não se meta numa obsessão sem verificar o paraquedas antes. Afinal se você não sobreviver à próxima obsessão, como é que vai poder entrar na seguinte, e na que pode vir depois da seguinte? Deus é um escritor compulsivo, o maior criador que há. Temos que fazer a nossa parte: tracemos as linhas tortas, muitas, eternas, infinitas, mas não vamos embrulhar o novelo. Dessa forma, viveremos felizes — e obcecados — para sempre!


Eduardo Loureiro Jr.